A engrenagem da vida
As boas intenções
A beleza exibida
A conversa, o diálogo
A inteligência que impressiona
Sem perdão nada funciona.
O casamento de papel passado
De compromisso anunciado
A festa tão perfeita
Com todo mal antecipado
Sem perdão está tudo acabado.
A igreja que busca a perfeição
Que foge da lei do cão
Que visita a Palavra a cada domingo
E ama seu círculo de oração
Sem perdão não tem jeito não.
A justiça desejada
A trégua tratada
O conflito esmiuçado
A razão toda explicada
Sem perdão ficou espicaçada.
A busca por Deus
A palavra revelada
O reencontro celebrado
Redenção anunciada
Sem perdão ficaria impossibilitada.
O primeiro tapa
Um tiro disparado
O bumerangue que volta
Mil vezes piorado
Sem perdão, o armistício após mil anos, é ainda esperado.
A porta antes escancarada
Para o sonho acalentado
A saída silenciosa
Uma história em suspense
Sem perdão é sempre castelo trancafiado.
A equipe encaixada
Com cada peça em seu lugar
Na dança dos contratempos
Anda agora a passo lento
Sem perdão a derrota é questão de tempo
A saudade do amigo
Do riso escrachado
Que um momento de deslize
Deixou tudo manchado
Sem perdão é assunto abafado.
Minha razão toda razão
Mil razões para tiros de canhões
Para o que doeu continuar ser revivido
Uma única pra deixar tudo esquecido:
Sem teu perdão eu não haveria existido.
E sem perdão não há quebrantamento não há restauração.