“O pastor de almas deve saber que, frequentemente, os vícios assumem a aparência das virtudes. Por exemplo, a avareza se apresenta, com frequência, com o nome de parcimônia, enquanto a prodigalidade [esbanjamento] se esconde sob o falso nome de generosidade. A indulgência excessiva é considerada bondade e a ira desenfreada, vigor de zelo espiritual. Com frequência, considera-se a precipitação como prontidão a executar, e a lentidão no agir como prudência de sabedoria. É, portanto, indispensável, que o pastor de almas seja muito atento para distinguir virtudes e vícios, a fim de evitar que, se a avareza toma conta do seu coração, ele se felicite por parecer um “bom administrador”; que se vanglorie por ter sido generoso, quando, ao contrário, a sua prodigalidade é esbanjamento… que enfrente com superficialidade aquilo que poderia ser administrado corretamente e com prudência, intervindo precipitadamente; que converta uma boa ação em má, procrastinando o seu cumprimento.”
Extraído de Regra Pastoral de Gregório Magno, escrito no século VII.
Li no blog do Olavo Ribeiro.