Palestra ministrada na reunião de homens do dia 19/05/2016
A sexualidade sadia deve ser marcada por três valores: alegria, limites e respeito.
A alegria é um valor óbvio. Já que a sexualidade humana se distingue da dos animais por ser uma fonte de prazer, não apenas de reprodução.
Limites são necessários para que o prazer sexual não se transforme em obsessão como é comum acontecer. Basta observar o consumo compulsivo de pornografia na internet.
Respeito porque a sexualidade não é apenas sobre “eu” mas sobre “nós”.
A sexualidade masculina tem suas particularidades e queremos ver questões que afetam a saúde integral do homem. Vejamos.
O primeiro bloqueio é o fato dos homens não falarem sobre sua sexualidade. Mulheres desde cedo consultam ginecologistas e falam com maturidade de sua sexualidade, por sua vez o homem só vai ao urologista quando as coisas estão saindo do controle. A sexualidade masculina em nossa sociedade é um instrumento de afirmação sobre o outro. Disputa-se quem tem o pênis maior, quem “pega mais mulheres”, quem tem esposa fiel e quem é “corno”. Assim cria-se o ambiente para que os problemas se mantenham debaixo do tapete e sem reflexão adequada.
O segundo bloqueio é confundirmos desejo com desempenho. O fato de querermos fazer sexo todos os dias não indica que estamos sendo bons para nossa companheira. Às vezes há mais afobação do que realização na cama. O homem se sente macho por desejar, e não por satisfazer sua esposa. Isso se torna um tiro pela culatra pois destrói o desejo da esposa.
O terceiro impedimento são as questões do trabalho. Frustração em alcançar os objetivos da carreira levam a perda do desejo sexual. Fracasso e convivência em um ambiente humilhante que anula a capacidade de contribuir e ter iniciativa tiram do homem seu sentido de competência o que perpetuado pode ser levado para a cama.
O quarto impedimento são as experiências passadas no desenvolvimento da sexualidade. Sobre isso já foram escritos livros e mais livros, mas no aconselhamento pastoral duas questões são muito comuns de atrapalhar a vida sexual presente: obsessão pelo sexo anal e masturbação compulsiva. A obsessão pelo sexo anal se desenvolve especialmente pelas experiências de infância e adolescência onde meninos tem experiências com meninos da mesma idade o que lhes desenvolve um gosto pela penetração anal. Isso em si já é um problema, mas abandonada a prática do passado, o prazer desenvolvido se transfere para a vida a dois. E 90% das mulheres não gostam de sexo anal o que acaba sendo fonte de intensos conflitos.
A masturbação compulsiva, é uma atividade narcisista que só tem em conta o prazer próprio e não do outro. Sendo o sexo sadio uma experiência a dois, o homem que tem esse histórico acaba não raro por lutar com a ejaculação precoce, pois não aprendeu a esperar, apenas a buscar prazer para si.
O quinto impedimento, é que não procuramos conhecer os gostos de nossa esposa. Sem feedback ninguém cresce. O orgulho do macho diz que ele deve saber o que sua esposa gosta na cama, então ele acaba por não a ouvir. E quando ela demonstra desinteresse ele se ressente. É interessante verificar que estudos demonstram que homens que ajudam suas mulheres nas tarefas domésticas tendem a ter mais sexo! Fica a dica.
O sexto impedimento são os jogos de poder. Em um momento histórico de oposição ferrenha do machismo e feminismo, os jogos de poder acabam por travar uma sexualidade rica. Onde há luta pelo poder não pode haver sexo bom, pois o sexo é entrega total.
O sétimo impedimento é o ambiente religioso opressivo. Onde a vida do cristão é repleta de regras, e tudo que ele veste, faz ou gosta é considerado pecado, o sexo se torna uma usina de taras ou é carregado de uma falsa culpa.
O discernir dessas dificuldades devem nos conduzir a uma trilha diferente que represente um arrependimento de caminhos que levam a morte.
O Deus que colocou Cantares nas Escrituras quer abençoar nossa vida sexual também. Vamos deixar Ele nos ajudar.
Um abraço quebra costelas.
O discípulo gaudério.