“O sábio é conhecido por seu discernimento; palavras agradáveis são convincentes.”
Provérbios 16:21
Eu saía apressado e fardado para jogar o futebol semanal com a turma da igreja quando meu filho caçula, me grita no meio do caminho: Pai, pai, posso ir contigo!
– Só se tu já estiveres pronto!
– Eu tô pai!
– Então entra no carro.
No meio do caminho, um detalhe importante me veio a mente.
– Filho, tu falaste pra tua mãe, que tu ia sair comigo?
– Não, mas ela vai saber…
– Não filho, vamos voltar e avisar. Ela não vai saber, e certamente vai pensar muita bobagem quando te chamar e não te ver.
O que aconteceu com meu filho, acontece a todo momento em organizações e em todas as esferas. É a crença cega no poder de adivinhação das pessoas. É achar que as pessoas são Sherlock Holmes capazes de achar evidências onde todos silenciaram.
O bom relacionamento depende de nossa capacidade crescente de romper o silêncio e nos comunicarmos.
O silêncio dá espaço para a imaginação, e pela minha experiência a nossa imaginação é inclinada a criar filmes de terror.
Nesse caso, a diferença entre a paz de espírito e um estado emocional miserável está apenas a uma informação de distância.
Você pode mudar tudo dessa maneira:
- Nunca perca uma oportunidade de falar às pessoas o que foi bem feito!
Outro dia eu estava esperando pra ser atendido em uma papelaria, e a pessoa que me precedia pediu ao atendente que lhe escrevesse o endereço de e-mail em um papel pois ele precisava enviar mais alguns documentos para imprimir.
O atendente rabiscou em um papel e lhe alcançou. O homem logo reagiu.
– Que letra feia! Faltou à aula de caligrafia? Não te ensinaram a escrever?
O atendente ficou meio sem jeito, enquanto o homem resmungava e pegava seu material.
Eu fiquei curioso e perguntei a ele depois que ele saiu:
– Esse cara é teu amigo?
O atendente respondeu que não.
Eu continuei curioso e perguntei:
– Que material ele estava preparando?
– Currículo para recolocação no mercado de trabalho, me disse o atendente.
Não consegui resistir e comentei:
– Com esse jeito, não é de admirar que ele esteja procurando emprego. Quem suporta tamanha grosseria!
Falta gente que diga: Bem feito! As pessoas estão toda hora duvidando e pisando em terra movediça nos relacionamentos e elas precisam mais do que ouvir o que está errado, precisam encorajamento para aquilo que está certo.
Muita gente desanima seus filhos apenas comentando o que eles fazem de errado, mas a melhor educação é a que reforça o que é bem feito!
- Toda vez que você ficar em dúvida sobre algum assunto: PERGUNTE!
Se é algo realmente importante para a confiança e a sequência do relacionamento, você tem direito a saber.
Mas se dirija a quem pode realmente lhe responder. É muito comum a gente semear desconfiança em quem não tem nada a ver com o assunto, em lugar de esclarecer.
É fácil sair por aí falando de alguém: Ele não responde mensagens do WhatsApp!
Quando o certo seria você ir até a pessoa e manifestar sua dúvida:
Eu não entendi porque tu demoraste a responder à mensagem que te enviei.
- Quando você achar que algo não está bom, faça uma sugestão de mudança.
É comum a gente tomar tudo que é irritante como pessoal. A gente se acha o centro do universo e presume que aquela luz acesa sem necessidade foi ligada por alguém que conhece nosso cuidado e que calculou minuciosamente uma maneira de nos perturbar.
Ou talvez a única maneira que a gente aprendeu de tratar um problema seja reclamar.
Saiba, o que as pessoas precisam são saídas.
Um murmurador é como uma goteira fria caindo no seu pescoço durante um dia de inverno. Basta uma amostra pra gente correr.
Então você pode fazer assim:
“Eu percebi que tu deixaste a luz acesa, eu gostaria que você deixasse apagada toda vez que saísse. ”
Sem indiretas, sem rodeios, mas com muito respeito.
- Sempre que acontecer algum fato novo, comunique a todos os envolvidos.
Mudanças de horário, oportunidades, impedimentos, cancelamentos, propostas, dificuldades, investimentos.
As pessoas precisam saber.
- Seja absolutamente claro quanto as suas expectativas.
Se for preciso, escreva.
Chefe, diga ao novo empregado quais resultados ele precisa entregar.
Pai, diga ao filho, quais comportamentos são aceitáveis e quais não. Parte da educação é ser bem claro sobre o que se espera e porque se espera.
Esposa, certamente você gostaria que seu marido adivinhasse que ele precisa limpar a garagem neste sábado pois você está muito cansada, mas infelizmente ele não percebeu. Então, fale.
E lembre-se, a comunicação não acontece quando você fala, mas quando as pessoas entendem.
Um abraço quebra costelas
O discípulo gaudério